Senador Paulo Paim (PT) critica decisão do governo e promete apresentar emenda ao Orçamento da União
Brasília - O veto da presidenta Dilma Rousseff ao dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que garantia ganhos reais aos aposentados, em 2012, foi considerado um "grave erro político" e "desnecessário" pelo senador petista Paulo Paim (RS). Já o líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu o veto como uma das formas de enfrentar os reflexos da crise econômica mundial.
"Foi um erro político esse veto, porque o que diz ali [na LDO] é o que foi acertado entre a totalidade da base do governo e a oposição, que, simplesmente, haveria a reposição", disse Paim. "Vetar uma matéria em negociação, e que não fixa percentuais, é um equívoco político e, no meu entendimento, desnecessário".Ao defender o veto, o líder do governo ressaltou que o momento é de responsabilidade no gasto público. "Os cortes no Orçamento foram feitos exatamente porque é preciso, neste momento de crise internacional, ter responsabilidade fiscal. O governo não vai poder gastar mais do que vai arrecadar e é preciso ter muita responsabilidade neste momento. Portanto, o governo agiu corretamente ao fazer os cortes na LDO", disse Jucá.
Para tentar garantir o pagamento dos ganhos reais aos aposentados, Paim pretende apresentar uma emenda ao Orçamento Geral da União, em tramitação no Congresso. "Foi um erro de quem a orientou a vetar. Causou um estrago desnecessário e não vai parar a discussão em torno do pagamento do ganho real aos aposentados. Vamos apresentar uma emenda ao Orçamento e essas mobilizações que estão sendo marcadas vão culminar em uma grande pressão sobre o Congresso".
Apesar de elogiar os vetos na LDO para conter os gastos públicos, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) acha que será difícil explicá-los à opinião pública. "Os cortes realmente são necessários neste momento. Mas reconheço que vai ser difícil para o governo separar uma coisa da outra na cabeça do cidadão".
CPI
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, considera desnecessária a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar denúncias de corrupção na sua pasta. "Não acho que tenhamos necessidade de uma CPI. Temos hoje instrumentos para combater as irregularidades, seja do ponto de vista institucional ou legal. Acredito que esse é o caminho que deve ser seguido para apuração de ilegalidades ou desvio de conduta", destacou, em referência às auditorias e à investigação da Controladoria-Geral da União (CGU).
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