segunda-feira, 12 de março de 2012

ELEIÇÃO 2012


Ficha limpa e fidelidade partidária, com as variáveis sobre a palavra empenhada e reciprocidade, são temas que vão dominar as eleições municipais deste ano, palco montado para o embate eleitoral de 2014. O Tribunal Superior Eleitoral decidiu lá em 2007 que o mandato não pertence ao mandatário, mas ao partido. Ok. E quem confia nos partidos? Se o eleitor não lembra em quem votou (eleição proporcional) no último pleito, imagina se o pesquisador o inquirisse sobre qual partido teve a sua preferência. E no caso específico da eleição proporcional, por força do quociente eleitoral e partidário foram eleitas algumas figuras que o eleitor rejeitava ou jamais ouvira falar. Estes sim, devem o mandato à legenda, pois o sistema representativo partidário está muito bem definido na Constituição Federal e só pode ser candidato quem estiver filiado a um partido. Não estaria na hora de o Brasil adotar as candidaturas avulsas, independentes? Voltemos no tempo, que era outro, o país buscava a normalidade democrática, mas Tancredo Neves teria obtido êxito no colégio eleitoral, em 1984, sem o voto dos infiéis? Podem ser considerados traidores os filiados ao PDS (sucessor da Arena)? Ou eram dissidentes? Vamos um pouco mais longe: o doutor Aluízio Alves, estrela maior de memoráveis campanhas, teria chegado ao poder, em 1960, sem a força reunida em torno da Cruzada da Esperança? Ligado à oligarquia dominante de José Augusto e Dinarte Mariz, Alves não foi o escolhido da UDN para disputar o pleito de 1960. A dissidência é necessária.